segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Bilhete do Amor

“Nunca te disse isso, mas eu te amo. Durou mais do que eu previa e menos do que eu queria. Não posso continuar.”
Foi a única coisa que dizia naquele bilhete que recebi. Foi uma das frases mais belas e tristes que já li. Foi a maior declaração e o pior desfecho de uma história, tão linda história.
Quantas vezes eu ouvi: tu é demais, tudo que qualquer guria pode querer, o problema não é tu, não é nada que tu tenha feito. Sou eu.
Esta é a pior frase que se pode esperar. Melhor que diga que eu não presto e coisa e tal. É mais simples. Mais fácil argumentar. Mas falar o quê quando o problema é ela?
Angustiado, atônito, embasbacado com o bilhete na mão: li e reli, li e reli, li e reli.
Passei a recordar cada momento do nosso romance. Acho que eu também nunca disse que a amava, nem sei se amava, mas poderia ter dito meia dúzia de vezes. Também não reparei que ela também nunca tinha declarado seu amor. E ali dizia que ela me amava. Ela me ama. Me ama. Me ama. Ela me ama...
Se ela me ama, porque nunca disse? Pior. Por que não pode continuar? Por que o bilhete? Se dissesse que não me queria, que não gostava mais de mim eu até entenderia.
Isso! Ela quer é me atormentar. Não acredito que ela não me queira mais, não depois de escrever que me ama. Tá é se fazendo de difícil, afinal eu sempre a tive fácil demais. Ela está certa em agir assim, tem mesmo que se dar valor.
Fico com meu ceticismo, ainda acho que ela me quer. Do contrário, não faria tudo isso. Mexeu comigo, conseguiu com que eu sentisse medo de perdê-la, me fez refletir e realmente me atormentou. Como as mulheres conseguem isso?
Só elas mesmo.
Estou achando, até, que eu a amo.

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