segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ela me ama, só não descobriu ainda

Faz um bom tempo que tô fazendo tudo errado. Arranjei um amor e não contei pra ela. Não tive coragem. E como era de se esperar, ela começou a namorar. Aquilo me deu um remorso pelo tempo perdido, que quase chorei. Rebati partindo pra outra. Coincidentemente ou não, amiga dela. Achei que seria mais fácil. Que nada, ocorreu quase o mesmo, a diferença foi que declarei minha admiração. Em represália a isso, parti para outra amiga delas e, adivinhem... Achei que seria moleza, que seria simples como passar pela zaga do América de Natal. Muito mais difícil, ela até parou de falar comigo.
O incrível dos dois últimos casos é que eu achei que estava arrebentando, tava nada. Achei que eu era o centroavante da vida amorosa, porém agia como um zagueiro, desses afoitos, que não sabem pra onde chutar e só chutam pro lugar indevido, as próprias redes.
Talvez até tenha contado com a sorte, pois creio que mesmo que minhas investidas nas amigas dela tivessem resultado positivo, duvido que esquecesse a moça que ainda mexe comigo. Ela que, com seus lindos cabelos negros e lisos, seu olhar que enxergo nos meus, sua boca com aquele sorriso que ninguém mais tem, sua pele, seu jeito que me hipnotiza, me deixa enfeitiçado. Sem contar que seria mais difícil uma futura aproximação.
Desta vez, vou fazer diferente. Até já entrei numa aula de violão, só pra tocar e cantar pra ela. Não vou querer ser tão centroavante, vou ficar zagueiriando por aí, até estar com o repertório todo afinadinho. E já decidi o que vou cantar. Vou começar mais ou menos assim:
_ O que é que eu vou fazer com essa tal liberdade...
Depois mais umas do Bruno e Marrone, Rick e Renner, uma do Almir Sater, alguma em inglês e encerrar com Outra Vez, do rei Roberto Carlos (mas só as principais partes).
Vou cantar isso tudo na frente da casa dela. Sei que ela vai gostar. Mesmo que não goste desse tipo de música, mesmo que eu não cante bem, mesmo que eu erre a letra ou que arrebente uma corda do violão. Mulher adora música, mais que isso: elas adoram quem canta.
Ainda não decidi se, após a serenata, roubo-lhe um beijo ou simplesmente dou as costas esperando sua reação. No momento, estou como um volante de contenção, que passou por todo meio campo e agora está entre arriscar o seu primeiro gol em um time grande ou tocar pro atacante que está melhor posicionado. Até lá eu decido (só espero que não me roubem a bola). O certo é que não vou levar Ferrero Rocher, são esses malditos chocolates que dão azar.

Nenhum comentário: